O ódio ainda está lá,
Sempre, sempre lá, aqui,
Dentro e fora de mim.
Mas hoje quero falar de outra coisa.
Do vento e do sol de outono
Das folhas secas que cantam no chão,
Estalando sob meus pés.
De como eu brincava de ser criança
Procurando as poças de folhas secas,
Fazendo música com o caminhar.
De como aquela casa ainda está lá
E vinte anos realmente não são nada.
Das lembranças que se perderam
E aquelas que ainda guardo.
De como as coisas mudaram
E daquelas que permanecem.
A lembrança de mim
Encontrou-se com a lembrança da casa.
Ambas outras, diferentes, mais velhas.
Ambas ainda de pé, teimosamente.
As ruas, os caminhos mudados
Percorrem as mesmas distâncias
Que meus pés já não conhecem
Com a mesma clareza.
Mas as ruas lá ainda estão, quietas
E eu aqui ainda estou, quieta.
A casa espreita, e eu ainda lembro.
Será que as ruazinhas de pedra ainda lembram?
Image: Kasia – CC By
Olá Nosphe,
Recentemente comprei o livro Rua dos Cataventos, do Quintana, em seu final diz:
Pra que viver assim num outro plano?
Entremos no bulício cotidiano…
O ritmo da rua nos convida.
Vem! Vamos cair na multidão!
Não é poesia socialista…Não.
Meu pobre Anjo…É…simplesmente…a Vida!…
Abraço
Oi! 🙂
Adorei os versos, obrigada por compartilhar comigo. Amo Quintana. Quintana é poesia em forma de gente. Ou será gente em forma de poesia? ^^
Beijo!