Das Manhãs de Abril.

Pequeno poema em frio menor.

Mate

Abrir os olhos.
Fechar os olhos.
Um pouco mais de edredon.

Abrir um dos olhos.
A televisão diz 17º graus.
Penso “Que estranho, tanto calor a esta hora da manhã.”
Abrir o outro olho revela que são 7º graus.

Sete graus.

A roupa me espera, risonha,
Congelada no cabide,
Rindo da inevitabilidade
Do ter que levantar-se.

Sete graus.

Água fria na pia.
Nas mãos, no rosto.
Água fria.

Sete graus.

Na cozinha a chaleira,
Água quente, o vapor.
Erva, a cuia, o termo,
Meus companheiros de todos os dias.

Sete graus.

O primeiro abençoado chimarrão
Começa o dia frio.
Começam os dias frios.
As manhãs frias de Abril.

Sete graus.

Image Credit: M.Angel Herrero – CC By-Nc-Sa

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