Eu me mostrei vulnerável hoje.
Abri o coração e confessei que estava doída (doída do verbo “sentir dor”, não do verbo “estar biruta”, que doida eu sou o tempo todo e você sabe disso). Baixei as defesas e falei “ó, eu gosto de vocês, e eu preciso da atenção de vocês, sim“.
É uma posição vulnerável porque quando você reconhece que precisa do outro, está sujeito a receber indiferença de volta.
E é uma posição vulnerável porque muitas vezes esse tipo de “confissão” é interpretada como fraqueza. E tem gente que acha que quem reconhece que precisa do outro, que precisa de atenção, é attention hore, é desesperado, é patético.
Bullshit. Todos precisamos de outras pessoas, de carinho, de atenção. Certo, existem pessoas que exageram nisso, que não são capazes de viver nem 5 minutos sem ter aplausos e atenção. Mas as pessoas normais precisam de doses regulares de atenção e carinho. Mesmo que não reconheçam, justamente para não se mostrar vulneráveis.
Eu sou uma pessoa normal (ok, nesse quesito eu sou uma pessoa normal). Não tenho vergonha de reconhecer que preciso de carinho e atenção. Não faço de conta que “tô nem aí”, quando tô muito aí, sim.
Amar, ter afeto, é uma coisa complicada. Porque requer dessa vulnerabilidade de vez em quando. Porque vai fazer você levar umas porradas de vez em quando.
Eu prefiro levar umas porradas de vez em quando, prefiro parecer uma imbecil de vez em quando, do que viver uma vida seca, fazendo de conta que não preciso de ninguém.
Porque eu preciso, sim. Preciso das pessoas que eu amo, preciso dos amigos, preciso de vocês. Revogam-se todas as disposições em contrário.